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"Se, Ser, Serra" por Sérgio Marzano em exibição de 25/09 a 30/11 no Parque do Palácio em Belo Horizonte
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UMA PINTURA
MINERAL
Mineiridade e mineralidade conduzem a ação criadora de Sérgio Marzano. O artista palmilha o Quadrilátero Ferrífero, tateia a superfície rugosa e áspera do campo mineral, perlustra a cena larga em que se expande o espetáculo da cor. Os materiais que ele recolhe vão tornar- se matéria sensual para a criação de espaços poéticos. Os pigmentos trazem em si uma carga dramática que se instaura no território do artista e instiga a pintura. A cor incorpora tensões. Relevos acendem jogos entre opacidade e transparência. A memória da terra percorre camadas ancestrais que se estendem sobre o mistério da vida e da arte. O homem-pó reverte a poeira da terra em signo de luz. O pintor Sérgio Marzano realiza a aspiração do poeta Murilo Mendes, que escreveu: “Um dia voltarei para saudar o reino mineral, onde a desordem é mínima”.
Ângelo Oswaldo de Araújo Santos
(Crítico de Arte)
SE
SER
SERRA
convida o visitante a mergulhar em um diálogo profundo com a Serra do Curral, um símbolo imponente e silencioso que vigia Belo Horizonte. Através do olhar e das mãos de Sérgio Marzano, a serra deixa de ser apenas uma paisagem distante e se transforma em uma presença íntima e tangível.
As obras expostas transcendem a mera representação; elas são fragmentos vivos que carregam as memórias minerais de um tempo antigo e contínuo, criando uma ponte entre o passado geológico e o presente humano.
Este é um convite a se tornar serra, a sentir-se parte deste ciclo permanente de criação e transformação, onde cada obra é um testemunho da relação íntima entre o ser e a serra, entre o artista e a natureza, entre o presente e a eternidade.
Isadora Marzano
(Curadora de Arte)
